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Está triste? P-e-r--m-i-t-a -s-e! Tristeza também poode! Faz parte do crescimento. E Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria...

Quando estamos tristes somos dominados por um sentimento de insatisfação e acompanhado de uma desvalorização da existência e do real. Podemos ficar tristes por vários motivos, principalmente quando perdemos alguma coisa,algo não deu certo, seja no trabalho, vida pessoal ou amorosa, ou simplesmente bate aquela aflição e não sabemos nem sequer o motivo real. 
Então ela indica que algo está incomodando. 
Na minha opinião, a tristeza nos impulsiona à mudança. É um estado para ficarmos alerta, pois alguém ou alguma coisa está nos magoando. devemos dar uma pausa mesmo que pequena e cuidar de nós mesmos, para alterar a rota ou apenas ficar quietinhos, observando os acontecimentos, tipo "pedindo colo", é o momento em que queremos ficar sozinhos, largados, de preferência "de pijama" sem nenhuma atividade. E introspectivos com os nossos pensamentos.
As vezes, ficamos tristes, porque se sentimos verdadeiros idiotas, por deixar as  pessoas nos magoarem, por burrice,ou por ingenuidade é claro,  muitas vezes, fomos passado para trás nos negócios ou  por  simplesmente passado por algum vexame em algum evento. Os motivos para se entristecer são vários. Ou nenhum. Tem dia que ficamos tristes, desanimados sem ao menos saber o porquê. Muitas vezes é insatisfação pessoal, desejo de mudança, ou por estar cansado(a) da mesmice, de situações rotineiras, de histórias que se repetem, ou por  estar doente, etc. O importante mesmo é se dar a chance de ficar triste e depois que  descobrir o motivo, buscar alternativas para mudar o que realmente incomoda.
Resolvi escrever esse post, não para curar a tristeza, mas para dizer que a tristeza também faz parte do cotidiano e que tem lá a sua contribuição para o nosso crescimento/amadurecimento.
na escola de uma das minhas sobrinhas, os pais tiveram que assistir um filme com os filhos, como a minha irmã estava trabalhando, foi eu que assisti à animação Divertida Mente,e lá mostra a importância de todos os sentimentos, inclusive a tristeza.  O filme conta a história de Riley é uma garota divertida de 11 anos de idade, que deve enfrentar mudanças importantes em sua vida. Dentro do cérebro de Riley, convivem várias emoções diferentes, como a Alegria, o Medo, a Raiva, a Repulsa e a Tristeza. Embora esses grupos sejam normalmente organizados, a chegada de Riley a uma nova escola faz com que todas as emoções se misturem.
Isso me fez refletir, que quando qualquer sentimento diferente surge em nós, devemos analisar porque estamos nos sentindo assim e e analisar como devemos proceder.

Li um texto da Martha Medeiros MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008. que diz tudo,muito me tocou, vale a pena citar:

A TRISTEZA PERMITIDA

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

By Elis Caleone


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