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Superando Limites: a metáfora da gaivota

 


Fernão Capelo era uma gaivota diferente e muito determinada em mudar seu estilo de vida. Ele vivia inconformado ao ver seus pais e irmãos disputando por restos de comida que eram lançados ao mar pelos navios pesqueiros. No inverno, pela escassez de comida, as gaivotas,  começavam a brigar pelos restos, pelas migalhas e, muitas delas, inclusive, perdiam sua própria vida em busca do alimento.

Fernão Capelo não se conformava com esta dura realidade, ele acredita que podia fazer algo diferente. Seu sonho era ultrapassar os limites de altura para o vôo de uma gaivota e aperfeiçoar seu mergulho de velocidade, pois desta maneira poderia apanhar alguns peixes frescos e quem sabe poder ensinar que era possível viver uma vida mais digna aos seus irmãos gaivotas que ainda disputavam pelas migalhas da vida.

Então, dotado de uma convicção e coragem ímpares, Fernão Capelo resolveu romper com seus próprios limites e, solitariamente, começou a desenvolver uma paixão por voar cada vez mais alto com a intenção de mergulhar profundamente nas águas do oceano e, quem sabe, conseguir um peixe fresco para sua família.

Ele voou muito, muito alto, no limite de suas forças, ao ponto de sentir cansaço e tontura, então, Fernão Capelo não resistiu e daquela altura ele despencou no mar, sentido toda a dor do choque no contato com as ondas.

Mas ele não desistiu e insistiu, por várias e várias vezes, Fernão Capelo foi encontrado na praia, desfalecido. Seus pais o repreendiam, seus irmãos começaram a se afastar dele.

 E um dia, Fernão Capelo, após tentar e fracassar várias e várias vezes, finalmente atingiu o máximo de altura que poderia alcançar. E lá de cima, com uma visão privilegiada e olhou para o oceano e viu alguns pontos brilhantes que se moviam na água, era um enorme cardume de arenques. Ele, então, extasiado de tanta alegria, respirou profundamente, dotando-se de coragem, mergulhou  com o máximo de velocidade sem ter medo de fracassar ou de se machucar e, então, consegue, finalmente, um arenque vivo para alimentar-se. 

Fernão Capelo precisa contar isso para todos do seu bando, afinal, eles não precisariam mais disputar por restos de comida, pensou ele “Vou ensiná-los a voar cada vez mais alto”.

Mas quando tentou convencer sua família e o bando que convivia, as gaivotas mais velhas não aceitaram as ideias de Fernão Capelo e, então, resolveram expulsá-lo do bando, pois acreditavam que isso iria romper com a tradição sobre o modo de agir do grupo, visto que sempre haviam sobrevivido daquela maneira, com os restos dos peixes jogados ao mar.

Fernão Capelo, então, expulso do bando, vagou sozinho pelo mundo em busca de seu sonho. Conheceu lugares que nunca havia imaginado existir, viveu experiências únicas em sua existência, aperfeiçoando cada vez mais suas técnicas de vôo e mergulho. 

Durante muitos anos achou que estava louco e sozinho, pois havia sido incompreendido pela sua família e pelo seu bando. “Será que não existem outras gaivotas com eu”?

Mas, um dia, ao chegar nos limites das alturas, quase no topo do mundo, quando estava quase acreditando que não haviam outras gaivotas iguais à ele, Fernão Capelo, finalmente, encontrou um bando muito especial de gaivotas.

Estas gaivotas pensavam exatamente como ele, todas tinham uma missão de desenvolver seu vôo ao máximo e, assim, poderiam passar este aprendizado à outras gaivotas.

Neste bando ele conheceu uma sábia gaivota chamada Chiang que o ensinou a transcender ainda mais seus limites. Fernão aprendeu com ela que a verdadeira experiência da conquista deveria ser compartilhada com aqueles que buscam a excelência. Compreendeu também que nem todos estavam preparados para aprender e entender esta mensagem e que iria enfrentar muitas dificuldades e resistências ao apresentar suas idéias inovadoras.

Após esse período de aprendizado com Chiang, ele retornou ao seu antigo bando e conheceu Francisco, uma jovem gaivota que queria muito aprender.

Fernão Capelo tornou-se o instrutor de Francisco e dividiu com ele suas experiências.

No final das instruções, Fernão Capelo exigiu que Francisco desse continuidade aos seus ensinamentos e, assim como ele, ensinasse outras gaivotas,  pois desta maneira todo seu esforço e dedicação durante toda a sua existência teriam um significado muito especial: Ele teria deixado um legado, cumprindo, finalmente, com sua missão de vida.

Qual é o sentido desta linda metáfora?

Todos nós podemos romper a barreira da mesmice. Nós podemos acreditar que somos capazes de transcender nossos limites, que temos a capacidade de aperfeiçoar nossas habilidades e termos atitudes positivas diante das adversidades da vida. Toda escolha é uma renúncia, e quando escolhemos o sucesso, a felicidade e a busca pela excelência, renunciamos à mesmice. Assim como Fernão Capelo Gaivota, é preciso enfrentar os desafios tendo consciência de seus limites mas, ao mesmo tempo, buscar romper estes limites com muita determinação e coragem.

Precisamos despertar o Fernão Capelo que existe em todos nós, este ser metafórico que transcende seus limites, conquista seu espaço e divide suas experiências, servindo de exemplo para que outros também possam almejar um lugar mais elevado, dotando-se da convicção de que conseguirão, infalivelmente o sucesso e a felicidade em suas vidas.(Fernando Capelo Gaivota, Richard Bach)


 A história de Fernão Capelo Gaivota” é um romance publicado em 1970 pelo autor norte-americano Richard Bach que possui como personagem protagonista, uma gaivota que viaja no espaço-tempo.

            Fonte> Edson de Paula 

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